segunda-feira, 11 de abril de 2016

ABRAÇANDO O PARANÁ - Relatório Semanal - Arapoti/PR

Passado o turbilhão de pensamentos sobre o nosso trabalho, principalmente pela experiência anterior. Tomamos algumas de-cisões sobre o espetáculo. Retiramos algumas cenas e deixamos o espetáculo enxuto, mas, eficaz em em sua proposta.

Chegamos em Arapoti, cidade que já é um cantinho da nossa casa, pois é a cidade natal da atriz Juliana Cordeiro, onde moram grande parte de sua família, a qual já chamamos de nossa rsrsrs.

Reencontramos pessoas queridas e que sempre transmitem um amor por todos nós. Recarregamos a energia e a esperança. Relatamos a situação que enfrentamos anteriormente para a irmã da Ju, Luana Cordeiro, que também faz um trabalho intenso de formação de público na cidade, a qual nos leva para apresentar nossos espetáculos há 2 anos consecutivos, além de promover eventos artísticos de qualidade. Porém, ela nos garantiu: "nossas crianças não terão esse comportamento", confiante.
Montamos o cenário, a luz e o som. Prontos para o espetáculo, chega o público, Juliana e Kamila os preparam com canções e "mudras" (segundo o Wikipédia: Os Mudrás são gestos simbólicos feito com as mãos, significando, literalmente, gesto, selo, senha ou chave), o que criou uma atmosfera intensa no espaço preenchido por aproximadamente 500 pessoas.
Inicia o espetáculo. A Luana estava certa.
Me impressionou a concentração e a entrega não só dos alunos como também, das professores. Isso mostra que naquela cidade, as escolas tem além do respeito, apreço pela arte. O que significa que estamos de fato, fomentando e contribuindo para aquele cantinho do Paraná com algumas sementes de poesia e sensibilidade. 
E a tarde não foi diferente, as duas apresentações foram repletas de troca entre ator e público, nós lá no palco nos sentimos livres até para descobrir, improvisando, aspectos dos personagens, o que eu acredito ser um ganho imenso para o espetáculo. Porém, o trabalho de formar um público, ou seja, alimentá-lo, se dá não só através do contato com a arte teatral, mas também o induzindo a ter um hábito diferente em seu cotidiano, quer seja ir ao teatro ou a alguma atividade artística.
Isso significa transformar o pensamento, a sensibilidade e o que considero mais importante: a ação no mundo.
O que nós fazemos para deixar a nossa casa, o mundo, mais arrumada? O que a nossa grande mãe-terra sente quando derrubamos árvores, destruímos o Rio Doce e provocamos enchentes?

Agir no mundo é re-pensar e modificar não apenas idealmente, é plantar literalmente uma semente e deixar crescer a vida. Acredito nessa transformação através do Teatro, onde a gente se encontra, se modifica e se transforma.

Obrigado Arapoti, pelo carinhoso acolhimento, sentimos o abraço de mãe da Dona Silvana, mãe da Ju e da Luana, e ali pudemos entender mais ou menos como uma ação em particular sobre a terra que pisamos, a relação que estabelecemos com a natureza, pode modificar uma cidade inteira.

Além disso, recarreguei todas as energias necessárias pra continuar. Essa foto, é da Karin, um lindo momento que ela registrou em que eu estava me conectando com a terra gostosa do quintal da casa da Dona Silvana. 

Pé na estrada, mesmo que seja nas nuvens. 


GRATIDÃO! 

ABRAÇÃO!!!

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